A família de José Jerônimo Gomes lamenta que o homem que pode ser o mais velho do mundo não tenha do poder público os cuidados que deveria. “Só queremos dar uma qualidade de vida melhor a ele”, afirmou Fabiana, neta de Seu Caju.
"A dificuldade aqui é que, além da distância por ser zona rural, a médica do posto não consegue vir aqui por falta de transporte, ele precisa de uma geriatra para ficar acompanhando ele em casa, mas não temos condição”, explicou.
Morador da zona rural de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, Seu Caju vive com a filha Maria Leonora, de 68 anos, em um terreno rico de vegetação, com um pé de jaca, bananeiras e poucos vizinhos. Recentemente, Fabiana, o marido e o filho se mudaram para a casa de Seu Caju para dar mais auxílio à mãe e ao avô.
Seus documentos marcam seu nascimento no dia 17 de agosto de 1907, um ano a mais do que a atual pessoa mais velha do mundo, que tem 116 anos. No entanto, embora tenha idade avançada, a família afirma que ele não faz uso de medicamentos controlados. “Quando esfria ele sente uma agonia na cabeça, mas está bem mesmo. Ele é bem lúcido. Só tem que falar ou no pé do ouvido ou bem alto para ele entender”, Leonora explicou.
“Nós não temos carro para levá-lo, se chover o carro não consegue subir aqui a rua. Ele não consegue esperar por muito tempo porque ele já se agonia para ir para casa”, Fabiana contou.
A neta afirma que ao chegar em postos de saúde, Seu Caju é visto como uma celebridade. “Eles veem que ele tem 117 e qual era a deles? Priorizar por conta da idade avançada, mas não! Fazem fila para tirar foto e cadê de chamarem para atendimento?”, reclamou.
“Nem agiliza o atendimento, ele fica nervoso, fora a dificuldade para fazer a marcação e de nada adianta a idade avançada”, continuou Leonora. “Os postos não se interessam em vir aqui, dizem que aqui é área descoberta e não tem agente de saúde”.
“Prometeram que sempre teria uma máquina para deixar a rua limpa para poder prestar algum socorro a ele, não temos essa força”, disse Fabiana, que foi acompanhada pela mãe: “Essa máquina chegou na Eleição, mas agora só daqui quatro anos.
Segundo a família, a preocupação maior é em uma situação de emergência para com o patriarca que tem dificuldade de locomoção. “Além de ser o sítio dele que ele comprou com tanto sacrifício, ele não ia se adaptar na rua”, concluiu.
Fonte: Diário de Pernambuco