O ex-diretor do Presídio de Igarassu, Charles Belarmino de Queiroz, preso em fevereiro pela Polícia Federal, negou beneficiar detentos em troca de propina. Porém, admitiu que sabia da presença de celulares na unidade e presenciou presos usando os aparelhos. Seu depoimento foi colhido em 6 de março, dias após sua prisão e a de sete policiais penais suspeitos de corrupção e associação criminosa.
Durante o depoimento, Charles afirmou que diversos detentos possuíam celulares com internet dentro do presídio. Além disso, declarou que a entrada de alguns desses aparelhos ocorreu com ciência e a pedido de autoridades da Polícia Civil de Pernambuco, mencionando até um delegado que teria feito tais solicitações.
O ex-diretor também foi questionado sobre a suposta permissão para entrada de tatuadores, visitantes não cadastrados e materiais ilícitos, como drogas e bebidas, mediante pagamento de taxas. Ele negou essas acusações. As investigações, entretanto, apontaram que o presidiário Lyferson Barbosa da Silva exercia influência no pavilhão e mantinha contato direto com Charles e outros policiais por WhatsApp.
Charles reconheceu ter visto Lyferson usando celular na unidade prisional na presença de policiais civis. Admitiu ainda que trocou mensagens com ele pelo WhatsApp, mas alegou que os conteúdos eram apenas sobre a administração do presídio, sem envolvimento com atividades ilegais.
Quanto às denúncias de festas com bebidas alcoólicas e garotas de programa dentro do presídio, Charles declarou que nunca teve conhecimento desses eventos e negou ter recebido presentes de detentos. Ele exerceu o cargo de diretor do Presídio de Igarassu de abril de 2016 até o final de 2024, quando foi exonerado pela governadora Raquel Lyra em meio às investigações de corrupção.
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Fonte: TV Jornal.