A proibição do uso de carroças com tração animal em diversas capitais brasileiras, incluindo o Recife, é um tema que gera debate, mas reflete uma preocupação crescente com a proteção animal e a modernização do trânsito urbano. A medida busca resolver os graves problemas de maus-tratos aos cavalos e outros animais, ao mesmo tempo em que lida com o impacto social para os carroceiros.
Maus-tratos e o sofrimento animal
O uso de animais, como cavalos e mulas, para puxar carroças em ambientes urbanos é uma realidade que expõe esses seres a um sofrimento constante.
Eles são frequentemente obrigados a carregar pesos muito acima de sua capacidade, percorrendo longas distâncias sob sol forte ou chuva intensa, sem alimentação ou água adequadas.
Os maus-tratos vão além da sobrecarga. Incluem lesões causadas por arreios inadequados, feridas nas patas devido ao asfalto quente, e o uso de instrumentos como chicotes para forçar o animal a continuar o trabalho. Muitos desses animais acabam exaustos, doentes e, por vezes, são abandonados quando não conseguem mais trabalhar. A fragilidade anatômica dos cavalos, com sua estrutura óssea e muscular, os torna particularmente vulneráveis a lesões crônicas e dor.
Além disso, a circulação de animais em vias urbanas representa um risco para o trânsito e para a saúde pública, com a possibilidade de acidentes e a transmissão de zoonoses.
A proibição no Recife e em outras capitais
No Recife, a Lei nº 17.918/2013 proíbe a circulação de veículos de tração animal na cidade. A implementação, no entanto, tem sido um processo gradual e complexo, com a prefeitura estabelecendo prazos e programas para a substituição das carroças.
O plano da capital pernambucana inclui a oferta de indenização aos carroceiros, a doação dos animais para ONGs, e a capacitação profissional dos trabalhadores para que possam encontrar novas formas de renda. A partir de janeiro de 2026, a circulação de carroças será totalmente proibida na capital.
Outras cidades brasileiras, como Belo Horizonte, Porto Alegre e Vitória, também avançaram com legislações semelhantes, cada uma com seus próprios programas de transição.
Fonte: Instituto Sempre Alerta
Nenhum comentário:
Postar um comentário