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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Aberta a temporada para as aves migratórias em Pernambuco

O maçariquinho (à esquerda) e a batuíra-bicuda são duas das espécies que passam pelo Estado
O maçariquinho (à esquerda) e a batuíra-bicuda são duas das espécies que passam pelo EstadoFoto: Telino jr/Cortesia
Nas primeiras semanas de setembro começam as longas viagens das aves limícolas migratórias ao litoral brasileiro. É a partir deste mês que milhares de maçaricos e batuíras de diferentes espécies, vindas do Canadá e Alasca, chegam para uma extensa temporada nos vários bancos de areia, charcos e áreas de lama (daí o nome “limícola”), distribuídos na costa do País. 

Esses trechos são considerados sítios de alimentação e invernada - regiões ricas em alimentos que permitem a reposição da energia necessária para as aves voltarem ao seu local de origem e, então, darem início a um novo ciclo reprodutivo. Para chamar a atenção sobre a importância de conservar esses pontos de parada, o calendário dedica o 6 de setembro como o Dia Mundial das Aves Limícolas Migratórias.

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As aves escolhem o litoral nesse período porque coincide com o início do inverno no continente ártico. Isso determina que é hora de migrar. Em Pernambuco, um dos principais pontos de repouso é a Coroa do Avião, na ilha de Itamaracá, no Litoral Norte do Estado.

É lá que o vira-pedras, maçarico-branco e algumas espécies ameaçadas de extinção, como o batuíra-bicuda, maçariquinho e maçarico-de-costas-brancas, permanecerão pelos próximos oito meses. Também há registro dessas espécies na Bacia do Pina (Parque dos Manguezais) e num trecho de manguezal por trás do Teatro Santa Isabel, no Centro do Recife. 

Porém, uma vez que há desequilíbrio nas áreas de ocorrência, todo o ciclo das aves é interferido. É o que alerta um dos pesquisadores da UFRPE responsáveis pelo monitoramento dessas aves na Coroa do Avião, Wallace Telino Júnior. “Se elas se alimentam de pequenos invertebrados e ocorrem perturbações humanas, na prática, as aves não irão mais pousar nesses pontos, logo, poderão perder peso. Esse alimento é rico em proteína e se transforma em gordura. É o que favorece a troca de penas e serve de combustível para elas voltarem ao Ártico”, explica o especialista, ao reforçar a importância da data. 

Esses pássaros, cujo maior tamanho chega a apenas 15 centímetros, chegam a voar até 30 mil quilômetros a cada ano. Para se ter ideia, uma ave migratória chega a percorrer, ao longo da vida, uma distância equivalente a uma viagem da Terra à lua: 400 mil quilômetros. O estudo das migrações é feito com marcadores (anilhas metálicas, coloridas ou geolocalizadores) fixados nas aves, geralmente nas pernas.
Fonte: Folha de Pernambuco.

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