Segundo e último Imperador do Brasil, dom Pedro II visitou o Engenho Monjope em 1859
Foto: Leo Motta/JC Imagem
Cleide Alves
cleide@jc.com.br
Representante da cultura da cana-de-açúcar em Pernambuco, o Engenho Monjope foi construído no século 17. A propriedade passou por várias reformas e chegou aos dias atuais com a casa-grande, a capela, a fábrica, a senzala e a moradia do capitão-do-mato ainda de pé. Mas a falta de manutenção coloca em risco o monumento tombado pelo Estado.
As edificações tiveram as cobertas recuperadas em 2012, numa obra que não avançou, e a Fundarpe informa que fez a manutenção dos telhados em 2017. No entanto, a deterioração entra pelas aberturas onde antes havia portas e janelas para preservar a casa-grande de intempéries. As paredes perdem o reboco dia a dia. Folhas de árvore, levadas pelo vento, forram os cômodos e se misturam com fezes de animais.
A Capela de São Pedro, erguida em 1756 ao lado da casa-grande do Engenho Monjope e reformada em 1929 com o acréscimo de uma torre, é um celeiro de morcegos. O piso de madeira do coro está desabando, as paredes da igreja encontram-se repletas de caminhos de cupins e há fezes de cavalo pelo chão, que serve como depósito de telhas e madeira. A pia batismal virou reservatório de areia e caroços chupados de macaíba e manga.
Na resposta enviada pela assessoria de imprensa, a Fundarpe afirma que investiu R$ 625 mil na recuperação das cobertas, em 2012, confiando na promessa da verba que viria do Prodetur II. A reforma do telhado, segundo a entidade, seria o primeiro passo para a obra completa de restauração do engenho e implantação do Centro de Referência Cultural e Turística.
Imperador
O Engenho Monjope ocupa um terreno de 300 hectares no município de Igarassu, no Litoral Norte do Estado. Produtor de açúcar no século 17, também fabricou mel e aguardente de cana, posteriormente. A roda-d’água, com o sistema de engrenagem da moenda, são registros do período em que o estabelecimento agrícola estava em atividade.
Em 1859, na visita que fez a Pernambuco, o imperador Pedro II (1825-1891) foi recebido na casa-grande do Engenho Monjope pelo então proprietário, Manoel Joaquim Carneiro da Cunha (1811-1869), o Barão de Beberibe. Antes de passar para o Estado, o engenho também pertenceu à Companhia do Beberibe, empresa que fornecia água ao Recife no século 19 e início do 20.
Fonte: Jornal do Comercio
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