O abandono de uma bebê no início desta semana, no bairro de Casa Amarela, chamou a atenção da população para a adoção responsável. Em Pernambuco, cerca de 207 crianças aguardam famílias nos abrigos do Estado. Enquanto isso, 1.139 pessoas aguardam na fila do Cadastro Nacional de Adoção. A disparidade dos números é devido a muitas pessoas buscarem um “perfil ideal” para as crianças adotadas.
Segundo a juíza da infância Hélia Viegas, o perfil de crianças mais procuradas são entre 1 e 5 anos de idade, do sexo feminino e da cor branca. “É um perfil que foge da grande maioria daquelas crianças e adolescentes que estão hoje disponíveis para adoção. Para adotar, a profissional lembra que o pré-requisito mínimo é estar inscrito no Cadastro Nacional de Adoção.
E quem não quer criar o filho?
O programa Mãe Legal, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), oferece a oportunidade de todas as mães entregarem seus filhos para a adoção, caso não tenham condições de criá-los. O processo é feito de forma sigilosa e é uma garantia de segurança para a mãe e a criança.
“Essa mulher está no direito dela. Ela não está cometendo crime e nenhuma outra forma de ilegalidade em entregar o seu filho ao poder judiciário para que seja colocado para adoção, caso se verifique realmente que nem ela, nem qualquer familiar tenha condição e interesse de ficar com a criança”, explica Viegas.
Caso de abandono
Uma bebê de aparentemente de dois meses foi encontrada, na manhã dessa terça-feira (23), em Casa Amarela, Zona Norte do Recife. As imagens de uma câmera de segurança mostram uma mulher indo em alguma direção com uma bolsa, e na volta ela está sem a bolsa. A bebê foi encontrada por um pai e um filho, que estavam a caminho de casa. Ao achar a criança, eles acionaram a polícia e o Conselho Tutelar. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Lídia Barci, durante o abandono, a criança ficou dentro da bolsa, exposta ao sol.
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