Lembrar de uma informação importante, guardar na mente um evento vivido há muito tempo ou simplesmente gravar conteúdos para uma prova. Quem consegue fazer isso com facilidade costuma ouvir com frequência que "tem memória de elefante". Fundamental para o nosso desenvolvimento psíquico, a memória é um dos mecanismos mais complexos do organismo humano.
Neurologista do Hospital Jayme da Fonte, Cláudio Falcão explica que a memória é um instrumento valioso para as pessoas, já que melhora as relações interpessoais. "Você consegue ficar mais atento e mais alerta às suas atividades cotidianas, e isso ajuda no desenvolvimento psicossocial no dia a dia", disse Cláudio.
E como fruto de um bom desenvolvimento psicossocial, estão um melhor relacionamento familiar, uma carga de trabalho melhor e um melhor desempenho das atividades profissionais. "Ou seja, a pessoa consegue viver melhor consigo e com a sociedade", completou Falcão.
Para o neurocirurgião João Gabriel Ribeiro, o desenvolvimento da memória não depende apenas da genética, embora ela seja importante. Mas essa habilidade depende, sobretudo, de bons hábitos, que devem ser iniciados na infância e cultivados ao longo da vida. “É fundamental que a criança seja estimulada em todos os sentidos na primeira infância. Ela vai adquirir experiências que ficarão marcadas em seu cérebro, ou seja, vai produzir memórias”, disse João Gabriel. O especialista disse ainda que alimentação saudável, bom hábito de sono e controle de comorbidades também são cruciais para que a memória seja constantemente estimulada.
Ainda segundo o neurocirurgião, esquecer algumas coisas no dia a dia não significa que a pessoa está com problemas de memória. “Não lembrar de uma tarefa, uma atividade ou uma conta para pagar de forma esporádica é comum e pode ser reflexo de um cansaço, por exemplo. O que deve chamar a atenção das pessoas é quando os problemas de memória interferem em situações do dia a dia, como memorizar coisas habituais, seja no trabalho ou em casa”, disse. Nesses casos, segundo o especialista, a indicação é procurar ajuda médica para obter um diagnóstico e intervir de forma efetiva.
Mas além dos hábitos saudáveis, o que não pode ser deixado de lado são os estímulos mentais. “Manter a mente ocupada é o primeiro passo. Seja com leituras, exercícios, estudos, filmes, novos hábitos… Tudo que possa deixar a mente em constante movimento”, disse João Gabriel.
O neurologista Cláudio Falcão ressalta que as atividades vão variando de acordo com a idade e não devem ser as mesmas sempre. “É importante que haja uma alternância nas atividades para que o cérebro não se acostume e estagne. A atividade é boa, mas ela precisa sempre desafiar o cérebro para estimular a memória”, finalizou Falcão.
Fonte: Folha de Pernambuco
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