Ao subir no palco pela última vez, no Recife, cerca de dois meses antes de sua morte, Luiz Gonzaga pediu ao público para ser lembrado como "o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo".
Passados 35 anos da Hora do Adeus, no dia 2 de agosto de 1989, o Rei do Baião segue celebrado e influenciando a música brasileira.
Para destacar parte do legado do Velho Lua, um de seus netos, o cantor e compositor Daniel Gonzaga, filho de Gonzaguinha, está preparando uma série documental.
De junho a julho deste ano, ele percorreu cidades como Exu, onde nasceu Gonzagão, Caruaru, Recife, Fortaleza, Juazeiro e Crato, ouvindo histórias e gravando com admiradores de seu avô. A lista de entrevistados inclui artistas como os pernambucanos Onildo Almeida, autor de “A Feira de Caruaru”, gravada por Gonzaga, e Zé Vaqueiro, expoente do piseiro, e o artesão cearense Espedito Seleiro.
“Acho que Gonzaga continua vivo. Ele trouxe o Nordeste para o Brasil. É um legado muito grande, impossível de falar em poucas linhas. Questionei o que existe de Gonzaga dentro de alguns personagens no Nordeste e o que posso falar é que ele continua ali. Na impressão de um Nordeste que ainda é muito parecido com o que ele encontrou, no estabelecimento de uma cultura nacional, nas releituras que os jovens vêm fazendo sobre a história dele, no respeito que as pessoas têm pela sua obra. Não creio que ele vá ser apagado tão facilmente da cultura nacional como tanta gente apregoa”, diz Daniel.
O projeto, batizado de “Gonzagueanos”, terá oito episódios de 26 minutos cada. A data de estreia ainda não foi definida.
Fonte: Diário de Pernambuco.
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