Edjunior conta que “a ficha dos Jogos ainda não caiu”
Amputação. Um diagnóstico difícil de ser recebido e inevitavelmente acompanhado de reflexões acerca do futuro. Até os 17 anos, a vida de Edjunior José do Bomfim era semelhante à de qualquer adolescente dessa faixa etária. As peladas de futebol, esporte que é uma paixão de nove entre dez meninos, era tradição na rotina dele. Edjunior engrossava as estatísticas daqueles que sonhavam com a carreira de jogador profissional. E se tornou, só que de outra modalidade, o basquete em cadeira de rodas.
Em uma dessas peladas corriqueiras, ele acabou se machucando. Não deu tanta importância àquele edema que se formara em seu pé esquerdo, apenas fizera compressas de gelo. Só ao perceber a demora em melhorar foi que procurou um médico. Um tumor havia se formado e ele acabou submetido a uma biópsia. Um mês mais tarde, o resultado: tuberculose nos ossos. Edjunior precisou amputar a perna esquerda, abaixo do joelho. Nesse momento e no período imediatamente seguinte ao procedimento, contou com o apoio incondicional da família, dos amigos e de Deus, que nunca o deixou perder a fé.
Certo dia, ao encontrar um amigo jogador de basquete em cadeiras de rodas no ônibus, foi convidado para conhecer a modalidade. O time era o Leão Sobre Rodas, e a química entre Edjunior e o esporte fora imediata. Não demorou para ele começar a treinar com a equipe, conquistando de cara o vice-campeonato brasileiro. Viu, então, as portas abrirem através da profissão que escolheu seguir. Chegou a morar um ano no Rio, a convite de uma equipe carioca, e depois retornou ao Recife, para defender a ADDF. Atualmente, mora em Igarassu, mas defende o América Tigres, do Rio Grande do Norte, para onde vai às segundas e retorna às sextas.
Aos 33 anos, Edjunior, que tem dois títulos sul-americanos no currículo atuando pela seleção brasileira, não esconde a ansiedade pela primeira participação na Paralimpíada. A ficha de que os Jogos começam em poucos dias ainda não caiu. Mesmo já tendo visitado e treinado nas instalações da modalidade, tudo soa como sonho. “Acho que só vou cair na real quando começarem os Jogos de fato, quando estiver em quadra, valendo. Fiquei muito feliz pela convocação. Vinha de uma boa temporada em 2015 e a Paralimpíada é o topo, uma realização para mim, para a minha família e amigos que nunca deixaram de me apoiar”, destaca o jogador, que é casado e tem um casal de filhos pré-adolescentes.
Fonte: Folha de Pernambuco.
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