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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Entenda as diferenças entre a gripe e a infecção pelo novo coronavírus


Os sintomas do novo coronavírus são tosse seca, febre e falta de ar / Foto: Fábio Costa/JC Imagem

Mayra Cavalcanti
Do JC Online
As principais diferenças entre uma gripe comum e o novo coronavírus não estão, necessariamente, nos sintomas, visto que existem muitas semelhanças, como tosse e febre. De acordo com o infectologista Gabriel Serrano, a grande divergência entre as doenças está no fato de que, para a gripe, já existe vacina e boa parte da população está imunizada, o que não acontece com o novo coronavírus. Além disto, é comum que os pacientes infectados pelo COVID-19 apresentem falta de ar ou dificuldade de respirar, sintoma menos comum em gripes.

"O novo coronavírus parece com um resfriado. A questão é que, para a gripe, já existe vacina e imunidade. Não tem imunidade nem vacina para o COVID e mesmo os pacientes assintomáticos podem transmitir. O novo corona é mais grave para idosos, acima dos 70 e 80 anos, ou para os que têm comorbidades, como doenças coronarianas, pulmonares e renais", explica o médico. Segundo ele, as mortes por coronavírus estão associadas à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) ou ao agravamento do quadro, quando a pessoa desenvolve uma infecção bacteriana subsequente à infecção pelo corona.

Sobre os sintomas, o novo coronavírus provoca tosse (geralmente seca), febre baixa (38ºC) e falta de ar. "O ideal é que a pessoa procure um hospital quando estiver com sintomas mais graves, como febre alta e falta de ar, ou seja, quando estiver necessitando de atendimento. Quem tiver suspeita de coronavírus deve entrar em contato com a unidade de saúde e, se for se dirigir ao local, utilizar máscara simples", comenta o médico. Ele acrescenta que esta suspeita existe quando o paciente apresenta os sintomas de uma infecção respiratória e tem vínculo epidemiológico (viajou para países como China, Coreia do Sul e Itália nos últimos 14 dias).

"Os pacientes idosos têm que ter preocupação. Para as outras pessoas, geralmente os sintomas melhoram em uma semana. É importante lembrar que, mesmo se confirmar o caso aqui no Estado, não significa que o vírus vá estar circulando. A maioria dos casos suspeitos não se tratavam de corona, e sim, de infecções comuns", afirma Gabriel Serrano.

Uso de máscaras e álcool em gel
Apesar da crescente procura da população por máscaras e álcool em gel, com receio da propagação do Covid-19, após o primeiro caso ser confirmado no Brasil, é preciso cautela. Isto porque o uso das máscaras é indicado apenas para pessoas que têm vínculo epidemiológico, ou seja, estiveram em países como China, Coreia do Sul e Itália nos últimos 14 dias e apresentam sintomas como tosse, febre e falta de ar. Em relação ao álcool em gel e à higienização das mãos, o cuidado envolve a forma e a frequência, visto que não há restrições e que as ações deveriam fazer parte da rotina.

"Não precisa sair todo mundo comprando máscara cirúrgica. Só quem tiver o vínculo epidemiológico e apresentar sintomas, ou quem tiver contato com este paciente. Mesmo que o caso seja confirmado no Estado, não significa que qualquer infecção de via aérea superior vá ser por coronavírus", explica Gabriel Serrano. Sobre o álcool em gel, o médico alerta que a pessoa deve utilizá-lo quando não puder lavar a mão com água e sabão. A higienização das mãos deve ser feita cotidianamente e não apenas nos casos de doença, sempre que a pessoa tossir ou espirrar, antes e depois das refeições ou quando necessário.

"O uso do álcool deve ser feito, no máximo, três vezes seguidas. A partir da quarta vez, ou se tiver alguma sujidade na mão, o ideal é a lavagem com água e sabão", recomenda. Gabriel comenta que o indicado é dar preferência ao uso do álcool no formato gel, e não líquido, pois este possui menos eficácia. A pessoa deve friccionar a mão por pelo menos 20 segundos e não deve esquecer do punho, dos espaços entre os dedos e do polegar. A recomendação serve também para a lavagem.

Sobre os cuidados com o ambiente, é importante que o paciente utilize a parte de trás das mãos quando for tossir ou espirrar, ao invés da palma e que as lave antes de tocar em objetos de uso comum como maçanetas, já que a transmissão de algumas doenças, incluindo o coronavírus, é feita por gotículas de saliva. Em ambientes fechados, pode ser feito o uso da máscara, não sendo necessário nos casos de ambientes abertos. Evitar também o compartilhamento de pratos, copos e talheres. "E, o maior cuidado é a vacinação contra a gripe, porque quem vacina não tem gripe e consequentemente não irá transmitir", relata Gabriel.

Passo a passo para adequada lavagem das mãos, segundo a Anvisa:
1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia;
2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos;
3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si;
4. Esfregar a palma da mão direita contra a parte de trás da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa;
5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços entre os dedos;
6. Esfregar a parte de trás dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa;
7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa;
8. Friccionar as pontas dos dedos e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa;
9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa;
10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira;
11. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha.

Fonte: Jornal do Comercio.

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