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quinta-feira, 23 de julho de 2020

IBGE: metade da água tratada de Pernambuco é perdida antes de chegar à população

Essencial para a vida, a água não chega igual para todos. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE em 2017, divulgada nesta quarta-feira (22), apontou que Pernambuco tem o menor volume de água consumida por dia do Brasil. O volume distribuído sofre perda no processo de distribuição, chegando a mais de 50% da água tratada no Estado, de acordo com o estudo.

"O estado distribui 1,47 milhão de m³ de água tratada por dia, sendo que 67% desse volume passa pelo método de tratamento convencional, com todas as etapas realizadas em uma estação de tratamento de água. No entanto, são consumidas apenas 721 mil m³ de água por dia. Isso significa que, entre o processo de distribuição e a chegada ao usuário, perde-se 50,9% da água tratada no estado", diz a pesquisa.

Na pesquisa é possível observar que a distribuição de água chegou a ser racionada em ¾ dos municípios pernambucanos em 2017. Dos 184 municípios do estado com água canalizada, 138 (75% do total) tiveram algum tipo de racionamento de água em 2017, período de referência da pesquisa. Esta proporção é superior à brasileira, de 20,8% e também à média do Nordeste (42,5%), região que concentra a maior proporção de municípios que sofrem com o problema.

O tratamento de esgoto também foi analisado pela pesquisa, que concluiu que o serviço chega a pouco mais de um terço das cidades. De acordo com o levantamento, 34,2% das cidades pernambucanas tratam o esgoto que coletam, sendo o quarto pior índice do país, perdendo apenas para Sergipe (33,3%), Amazonas (25,0%), e Amapá (16,7%).

De acordo com a Compesa, o Índice de Atendimento Urbano de Água é de 92% e o Índice de Atendimento de Esgoto é de 26% em Pernambuco. A empresa ainda salientou que o Estado é um dos que mais tem investido em obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com grandes empreendimentos estruturados em curso. “A Compesa investiu cerca de R$ 4 bilhões nos últimos anos e segue trabalhando para equilibrar os índices em Pernambuco, garantindo que, cada vez mais, a população tenha acesso aos serviços de água e esgotamento sanitário”, informou em nota.

O resultado da pesquisa do IBGE demonstra que as redes de água e esgoto têm uma distribuição irregular no estado, concentrando-se nas áreas urbanas. De todos os 185 municípios do Estado, apenas Inajá afirmou não ter rede geral de abastecimento de água em funcionamento no ano de referência da pesquisa. Contudo, 56 cidades pernambucanas (30%) informaram que não havia rede geral de distribuição de água na área rural.

Além disso, aproximadamente três em cada dez cidades pernambucanas têm lei para proteção de mananciais. As fontes de água são protegidas por leis municipais em apenas 53 municípios. 

A Compesa informou que, no interior, atua com dois grandes projetos para ampliar e implantar sistemas de coleta e tratamento de esgoto e revitalizar a bacia dos rios Ipojuca e Capibaribe. O Programa de Saneamento Ambiental da Bacia do Rio Ipojuca vai beneficiar 1,2 milhão de pessoas de 11 cidades do Agreste, com um investimento de U$ 330 milhões, recursos do Governo de Pernambuco e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Pelo programa, já foi concluída a obra do SES Tacaimbó e o SES Gravatá. A previsão é finalizar outras obras ainda neste ano. 

Já Programa de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco abrange obras de implantação de sistemas de esgotamento sanitário em Santa Cruz do Capibaribe e Surubim, e a elaboração de projetos para 16 municípios: Feira Nova, Carpina, Toritama, Brejo da Madre de Deus, Bom Conselho, Ribeirão, Bonito, Pombos, São Bento do Una, Pesqueira, Serra Talhada, Tracunhaém, Vitória de Santo Antão, Paudalho, Limoeiro e Salgadinho. O Programa desembolsou U$ 190 milhões, recursos financiados pelo Governo do Estado junto ao Banco Mundial para beneficiar 3,5 milhões de pessoas.

Por fim, a Compesa informou que analisará em detalhes os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada nesta quarta (22) pelo IBGE, para uma avaliação mais aprofundada dos indicadores apontados pelo estudo.

Fonte: Folha de Pernambuco

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