A taxa de desmatamento de maio de 2021 em comparação ao mesmo período do ano passado aumentou 70%. A área desmatada, de 1.125 km², equivale a uma floresta quase do tamanho do município do Rio de Janeiro e foi o maior saldo da série histórica para o mês dos últimos 10 anos. Os dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
De acordo com informações do do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que monitora a Amazônia Legal via satélites, esta é a terceira vez consecutiva que a destruição no bioma bate o recorde em uma década: março e abril também registraram os piores índices desde 2012.
“Esse aumento expressivo em maio é muito preocupante porque estamos entrando na estação seca, que na maior parte da Amazônia Legal ocorre entre junho e setembro, quando historicamente são registrados os picos de desmatamento do ano”, afirma o pesquisador do Imazon, Antonio Fonseca.
Os estados mais desmatados são o Pará e o Amazonas, que somaram 688 km² de desmatamento em maio, o que corresponde a 60% do total detectado na região amazônica. O território de floresta destruído em solo paraense e amazonense é semelhante, por exemplo, ao tamanho da cidade de Salvador. Depois desses dois estados, estão Mato Grosso (20%), seguido de Rondônia (12%), Acre (4%), Maranhão (3%) e Roraima (1%).
No Amazonas, os três municípios que figuram no ranking das 10 cidades onde foram registradas as maiores destruições da floresta, Lábrea, Apuí e Novo Aripuanã, estão localizados no sul do estado. Além disso, seis dos 10 assentamentos que mais registraram florestas desmatadas estão em solo amazonense.
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 39 km² em maio, o que representa aumento de 144% em relação ao mesmo mês em 2020, quando a área foi de 16 km². A degradação detectada em maio deste ano ocorreu no Mato Grosso (85%) e no Pará (15%).
“Corte raso”
Segundo o Imazon, o desmatamento é o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa mata é convertida em áreas de pasto. Já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira. Outros exemplos de degradação são os incêndios florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando.
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de satélites (incluindo radar) para monitorar a floresta. Além do SAD, existem outras plataformas que vigiam a Amazônia: Deter, do Inpe, e o GLAD, da Universidade de Maryland. Todas são importantes para a proteção ambiental, pois garantem a vigilância da floresta e a emissão de alertas dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam os órgãos de controle a planejarem operações de fiscalização e identificarem desmatadores ilegais.
Fonte: Diário de Pernambuco
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