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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Suspeita de leptospirose cresce 24% em Pernambuco


Bactéria da leptospirose pode ficar no ambiente por até 6 meses
Bactéria da leptospirose pode ficar no ambiente por até 6 mesesFoto: Divulgação












O número de casos suspeitos de leptospirose registrados este ano no Estado é 24,4% maior que o do ano passado, quando se comparam os meses de janeiro a setembro. Até agora, Pernambuco acumula 657 casos notificados da doença, que é transmitida pela urina de ratos contaminados. Desses, 162 já foram confirmados e 226 continuam em investigação. 

Em todo o ano de 2016, foram 595 notificações, sendo 160 casos confirmados, 376 descartados e 59 casos em investigação. O número de óbitos também aumentou. Nos primeiros nove meses de 2017, 21 pernambucanos morreram pela enfermidade. Os dois últimos foram no Recife e em Itamaracá, no Grande Recife. No ano passado, ocorreram 19 mortes. 

Para o gerente de Vigilância e Controle de Zoonoses da Secretária Estadual de Saúde (SES), Francisco Duarte, o cenário atual da enfermidade ainda é reflexo das enchentes que várias cidades sofreram em julho. “A leptospira, que é a bactéria que transmite a doença, fica no meio ambiente em torno de seis meses. Na lama, principalmente, ela pode ficar vivas de 90 a 180 dias. Então, mesmo com a chegada do verão ainda iremos demorar um pouco para que realmente as bactérias que estão nas águas e na lama comecem a morrer. A morte dela acontece com a exposição ao sol e a diminuição da umidade”, apontou. 

O gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida, também afirma que essa manutenção de crescimento da leptospirose está relacionada ao efeito “ressaca” das enxurradas. Ele destacou que nas últimas semanas, não há nada que chame a atenção sobre um possível aumento de colônias de ratos na cidade. Isso reforça a hipótese de que os casos ainda são um efeito colateral das chuvas. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, a Capital contabiliza 195 notificações este ano, sendo 71 confirmados e 33 em investigação. O Recife tem, até agora, quatro óbitos atestados.

Devido a essa presença estendida da bactéria por meses, as pessoas devem estar atentas para evitar lamaçais e poças de água. Além disso, devem tomar medidas de desinfecção da parte do corpo que entrar em contato com material suspeito de contaminação, utilizando água e sabão. A casa e os utensílios domésticos eventualmente infectados também devem ser limpos com água sanitária. Outra recomendação de Duarte é estar alerta para os primeiros sintomas da leptospirose, principalmente as pessoas que moram em áreas consideradas de risco elevado. É o diagnóstico rápido que salva vidas. 

“Gente que vive em área de baixo saneamento e péssimo serviço de coleta do lixo tem risco alto de leptospirose o ano inteiro. Como a doença se assemelha no início a uma gripe forte, as pessoas banalizam, e quando vão para a unidade de saúde já chegam muito doentes”, comentou. Além do Recife, com quatro mortes, os municípios que já registraram óbitos este ano pela doença foram Itamaracá (2); Jaboatão dos Guararapes (6); Olinda (3); Camaragibe, Igarassu, Moreno, Paulista, Água Preta e Escada (uma morte cada). 

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