Lourenço Gadêlha
Com o aumento de casos do coronavírus no Brasil, tem aumentado a procura por itens de prevenção como o álcool em gel e o uso da vitamina C para fortalecimento do organismo. No entanto, o médico cientista em endocrinologia, Francisco Bandeira, em entrevista ao Passando a Limpo desta terça-feira (17), alertou que o uso exacerbado da vitamina C pode ser considerado “folclore” e que o melhor método de prevenção é o isolamento social, junto com a higienização das mãos e dos ambientes de convivência.
"Não há evidências científicas do vitamina C nem para a gripe. A vitamina C é muito mais folclore do que ciência. O que a população precisa saber é que o mais importante no momento é o isolamento social e a prevenção de lavar as mãos com frequência, não levar mão ao rosto. Isso é muito mais eficaz do que usar qualquer vitamina. O isolamento social quebra a transmissibilidade do vírus e faz com que as pessoas que já adoeceram tenha um período de recuperação. Isso vai atenuar a epidemia para dar tempo de chegar algum antiviral, que já estão em testes", destacou
Segundo Francisco Brandeira, qualquer exagero que se faça na prevenção é pouco. “A população tem que ter consciência que aglomeração é terminantemente proibido. Lavar as mãos frequentemente porque o vírus não resiste à água e sabão. O mais importante que nós temos hoje é que já se identifica indivíduos de maior risco, que são aqueles que têm doença pré-existentes, como a diabetes, os pacientes idosos, doenças pulmonar, fumantes, asmáticos e aqueles que fazem tratamentos contra o câncer. Essas pessoas tem mais facilidade de desenvolver uma doença grave", disse.
Ele ainda comentou o tempo de criação da vacina contra o coronavírus. "Há 20 anos atrás demorava demais para desenvolver uma vacina. Hoje é mais rápido porque o genoma do microrganismo é sequenciado com muita rapidez. O problema é que precisa de testes. Toda pesquisa tem regras éticas e, por isso, ela tem que ser testada primeiro em animais e depois em seres humanos. Isso dura aproximadamente um ano. Agora se essa ética forem quebradas de certa forma, dependendo da gravidade mundial, nós podemos ter uma vacina em oito meses. Pelo menos, essa é a expectativa de um grupo australiano que está trabalhando na criação da vacina", concluiu.
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