Quem está assustado com a disparada dos preços deve ficar atento. Pelos cálculos da economista Julia Passabom, do Itaú Unibanco, a inflação de dezembro será ainda mais pesada: de 1,27%, encerrando 2020 em 4,44%. Além dos alimentos, que continuarão massacrando as finanças da população, sobretudo a mais pobre, o custo de vida será puxado pelos reajustes das contas de luz e pela recuperação do setor de serviços. A boa notícia é a recente queda dos preços do dólar, que reduzem a pressão sobre as commodities agrícolas (cotadas segundo o mercado) e sobre a indústria, que sofre com a falta de insumos, reflexo da paralisação das fábricas no auge da pandemia do novo coronavírus.
Para Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da RPS Capital, a inflação está chegando ao seu pico. Há, no entender dele, perspectivas de normalização dos preços a partir de 2021, com a recomposição dos estoques da indústria, o dólar mais fraco, o fim das antecipações das compras de alimentos pela China e o fato de a economia ainda estar operando muito abaixo de seu potencial. Outro ponto importante que, matematicamente, ajuda no cálculo da inflação do ano que vem: a antecipação da bandeira vermelha para as contas de luz. Somente esse ponto retirará 0,3 ponto percentual do IPCA de 2021. Com isso, é possível apostar em uma inflação mais próxima de 3%, abaixo da meta de 3,75%.
Para Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da RPS Capital, a inflação está chegando ao seu pico. Há, no entender dele, perspectivas de normalização dos preços a partir de 2021, com a recomposição dos estoques da indústria, o dólar mais fraco, o fim das antecipações das compras de alimentos pela China e o fato de a economia ainda estar operando muito abaixo de seu potencial. Outro ponto importante que, matematicamente, ajuda no cálculo da inflação do ano que vem: a antecipação da bandeira vermelha para as contas de luz. Somente esse ponto retirará 0,3 ponto percentual do IPCA de 2021. Com isso, é possível apostar em uma inflação mais próxima de 3%, abaixo da meta de 3,75%.
Distantes desse debate macroeconômico, os consumidores dizem que fechar as contas no fim do mês está cada vez mais difícil, pois os preços não param de subir. A servidora pública Ane Márcia de Lima, 60 anos, afirma que está muito complicado comprar carnes e frutas, como maçã, abacate, mamão e banana. “Tudo está muito caro”, frisa. “Entre os produtos de limpeza, o sabão em pó é o vilão”, afirma. A professora Cármen Lúcia Martins, 44, reclama, especialmente, dos valores dos eletroeletrônicos, que subiram muito nesses tempos de home office, por causa da Covid-19. “O fato é que o custo de vida não é mais o mesmo do observado no início do ano”, relata.
O jeito de driblar a carestia é aproveitar as poucas ofertas feitas por lojas e supermercados. É o caso da aposentada Maria Luíza Rodrigues, 67. Ela conta que, se o shampoo que costuma usar ficou mais caro, conseguiu bons descontos nas tinturas para cabelo e em um par de sapatos. A servidora pública Ane de Lima, por sua vez, percebeu deflação (queda dos preços) nos artigos de vestuário. “As roupas, talvez em função da Black friday, ficaram mais acessíveis do que no restante dos meses do ano”, afirma.
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