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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Nordeste registra mais casos de choque elétrico e maior número de mortes de pessoas eletrocutadas

 


O novo Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica, realizado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos de Eletricidade (Abracopel 2023) revela que, no ano passado, no Brasil ocorreram 2.089 acidentes elétricos, incluindo choques, incêndios e raios.


No ano passado tivemos um crescimento em relação a 2022, quando foram registrados 1.828 casos. E desses 2.089 casos de acidentes elétricos, 781 deles resultaram em óbitos.


Dos acidentes registrados, 674 foram causados por choque elétrico, 67 por incêndios devido à sobrecarga de energia e apenas 40 por descargas atmosféricas (raios).


Mas o que chama atenção é que em relação aos acidentes por choque elétrico, a região Nordeste foi a que registrou o maior número de ocorrências, com um total de 291 acidentes (29,5%) do total e onde morreram mais pessoas eletrocutadas onde ocorreram 218 mortes seguidas do Sul (136), Sudeste (118), Centro-Oeste (94) e Norte (108).


Outro dado que chama atenção é que os locais com maior incidência de mortes por choque elétrico continuam sendo as redes aéreas, totalizando 418 ocorrências, com 267 mortes. E dentro das residências, foram registradas 274 ocorrências, resultando em 210 mortes, o que revela um índice muito alto de sinistralidade fatal.


Nos acidentes residenciais, por exemplo, 37 das mortes foram causadas por fios desprotegidos dentro de casa, 31 por eletrodomésticos e 24 devido à manutenção doméstica inadequada.


Segundo o presidente da Abracopel, Vinicius Ayrão Franco, "uma notícia preocupante do Anuário deste ano é que o número de registros de mortes por choques elétricos, que em 2022 tinha diminuído, voltou a aumentar, crescendo 13,7% em relação ao ano anterior”.

Dados da entidade mostram que no período acumulado de cinco anos (2019-2023), foi observada uma redução de 3,3% no número de fatalidades, entretanto, um aumento de 7,2% no número total de acidentes.


Entretanto, mesmo com a leve redução no número de vítimas, este não é um motivo para comemoração, pois os números continuam elevados.


O Brasil registrou 781 mortes por acidentes elétricos em 2023, e se aproxima dos EUA, que tem 1 mil por ano. Nos Estados Unidos, os acidentes elétricos causam cerca de 1.000 mortes por ano, sendo aproximadamente 400 decorrentes de alta tensão. Em relação aos raios, eles resultam em 50 a 300 mortes anualmente.


Essas estatísticas são da National Library of Medicine, a maior biblioteca médica do mundo, operada pelo governo federal norte-americano.

Região Nordeste foi a que registrou o maior número de ocorrências, com um total de 291 acidentes (29,5% do total e onde morreram mais pessoas eletrocutadas. - Divulgação

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O relacionamento dos consumidores com a energia elétrica é bem simples, mas exige atenção. Por exemplo, é importante seguir medidas de segurança ao lidar com eletricidade, como desligar a fonte de alimentação antes de fazer reparos ou manutenções, usar equipamentos de proteção individuais adequados e garantir que as instalações elétricas estejam em boas condições.


Além disso, é fundamental evitar o contato com água ao manusear aparelhos elétricos e jamais sobrecarregar as tomadas. Em caso de choque elétrico, é importante buscar ajuda médica imediatamente e nunca tentar tocar na pessoa enquanto ela estiver em contato com a corrente elétrica.


O relatório mostra que em relação à faixa etária, a maioria dos acidentes por choque elétrico envolve pessoas com idades entre 31 e 40 anos (286 ocorrências e 182 óbitos). Em seguida, estão as pessoas de 41 a 50 anos, com 192 acidentes, seguidas pelas de 51 a 60 anos, com 97 ocorrências.


As áreas de geração e distribuição de energia lideraram em incidências de choques elétricos, totalizando 418 casos e 267 mortes. Em seguida, as áreas residenciais foram apontadas como a segunda maior causa de acidentes e fatalidades, com 274 registros, dos quais 210 resultaram em óbito.


Segundo a avaliação da Abracopel, os acidentes residenciais geralmente são causados pela energização acidental de equipamentos elétricos com partes metálicas externas, pelo envelhecimento e pela falta de manutenção adequada dos equipamentos, pela ausência de aterramento elétrico adequado e pela falta do dispositivo Diferencial Residual (DR) nas instalações, como indicado pelas investigações.


Especialistas advertem que um item fundamental é o Diferencial Residual (DR) desempenha um papel fundamental na segurança das pessoas e na proteção dos equipamentos elétricos nas instalações. atua detectando correntes de fuga que podem causar choques elétricos ou incêndios, interrompendo instantaneamente o circuito e prevenindo acidentes graves.

O sócio-diretor da Engerey, uma empresa especializada na fabricação de paineis elétricos Fabio Amaral ressalta as pessoas devem estar atentas também a utilização do Dispositivo Diferencial Residual (DR) em instalações elétricas, juntamente com a presença de sistemas de aterramento funcionais, condutores de proteção (fio terra), pontos de tomada e ter uma instalação elétrica que atenda às normas técnicas vigentes.


"É crucial que as pessoas estejam cientes dos cuidados necessários ao lidar com eletricidade em casa e, ao detectarem sinais de problemas, busquem imediatamente ajuda especializada para evitar riscos à sua integridade física e à conservação do patrimônio", destaca Fábio Amaral.


Por sua vez, o diretor da empresa Reymaster Materiais Elétricos, Marco A. Stoppa reforça a importância da seleção adequada de materiais elétricos e da manutenção regular para garantir o funcionamento seguro de toda a instalação. Ele lembra que à realização de inspeções periódicas que devem ser conduzidas exclusivamente por profissionais qualificados.


No Brasil, o uso do Dispositivo DR é regulado pela norma técnica NBR 5410, que define as condições apropriadas para a instalação elétrica de baixa tensão em edifícios, residências, estabelecimentos comerciais, industriais e outras áreas.


Essa norma estabelece diretrizes específicas para garantir a segurança elétrica e a proteção contra choques elétricos, incêndios e outros riscos associados à eletricidade.

Contudo, apesar de ser de uso obrigatório desde 1997, sua exigência não é seguida na maioria das residências, principalmente em construções antigas que não foram modernizadas.


Fonte: Jornal do Comercio

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