Com as mudanças constantes nos aparelhos eletrônicos, eles ficam obsoletos cada vez mais rápido. Como esses equipamentos podem poluir o meio ambiente e causar danos aos ecossistemas, três pontos de descarte foram instalados no Recife em uma iniciativa do Centro de Formação e Reúso de Eletroeletrônicos que busca dar outro destino a esses em vez do lixo.
Ao todo, dez ecopontos ficam disponíveis na capital pernambucana até o fim de junho. Os três já instalados ficam na Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), na Abdias de Carvalho, na Zona Oeste do Recife; no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), no bairro de Santo Amaro, no Centro da cidade; e na Rua da Guia, no Bairro do Recife.
Em 2017, pesquisadores da Agência de Desenvolvimento do Japão fizeram um estudo no Recife, que mostrou que apenas 2% dos recifenses fazem o descarte correto de eletrônicos e 10% das empresas se preocupam com esse descarte. No relatório divulgado em abril deste ano, eles concluíram, ainda, que a cidade acumula 11 mil toneladas de material eletrônico por ano.
Localizado no bairro de Apipucos, na Zona Norte do Recife, o Centro de Formação e Reúso de Eletroeletrônicos existe desde 2009. Nesse período, atendeu mais de 15 mil jovens recifenses, que processaram mais de mil toneladas de resíduos e devolveram para a sociedade, aproximadamente, 5 mil computadores reaproveitados.
Da TV de tubo que não funciona mais, por exemplo, é possível aproveitar até a carcaça. Várias ganharam cor e foram transformadas em vasos de planta no centro. Da TV de tela plana, por sua vez, bastou tirar a tela preta da frente para descobrir um quadro branco de escrever.
De acordo com o coordenador do centro, Domingos Sávio, as TVs de tubo são potencialmente perigosas ao meio ambiente, se não forem descartadas adequadamente. Ele falou sobre as possibilidades de reaproveitamento.
“O mercúrio é considerado um metal pesado e com uma capacidade muito alta do que chamamos de lixiviação. Ele consegue alcançar, por exemplo, um lençol freático. Um motor de passo pode ser extraído de impressoras. Ele é o principal componente para ajudar jovens em processo de formação a criarem projetos de tecnologia assistiva”, disse Domingos.
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