O depoimento de um cantor à Polícia Federal reforça as provas de que festas ilegais, com bebidas alcoólicas, celulares e mulheres, ocorriam livremente no Presídio de Igarassu, localizado no Grande Recife. A investigação resultou em ação penal com 14 réus, entre eles um ex-secretário, um ex-diretor da unidade e oito policiais penal.
No processo - que não está mais em segredo de justiça -, consta o interrogatório de Hemerson da Silva Ferreira, conhecido como MC Tocha. O músico de funk, com mais de 530 mil seguidores apenas numa rede social, afirmou ter recebido cachê entre R$ 8 mil e R$ 10 mil para se apresentar no Presídio de Igarassu, mas alegou não lembrar a data.
O depoimento de MC Tocha aconteceu em 13 de março deste ano. Cerca de três semanas após a primeira fase da operação La Catedral, que prendeu o ex-diretor do presídio, Charles Belarmino de Queiroz e sete policiais penais por participação no forte esquema de corrupção.
O presidiário Lyferson Barbosa da Silva também foi alvo - apontado como líder de um pavilhão e com contato direto com o ex-diretor e os policiais penais por meio de WhatsApp.
MC Tocha disse, em depoimento, que "esteve uma ou duas vezes no Presídio de Igarassu" para se apresentar. E que, em outras ocasiões, também foi visitar amigos, apesar de ter ciência que é proibido.
Ele declarou que conheceu Lyferson na unidade e que viu policiais penais na entrada e saída do local.
No interrogatório, na condição de testemunha, o cantor disse que presenciou o consumo de bebidas alcoólicas, mulheres e presos usando celulares no dia em que se apresentou. Afirmou não ter visto consumo de drogas.
O MC declarou não ter conhecimento se o diretor ou algum policial penal tinha conhecimento da festa e que não se recorda quanto tempo durou. Afirmou ainda não lembrar quem foi o responsável pelo pagamento do cachê.
(Imagem: MPF/DIVULGAÇÃO)
Fonte: TV Jornal.
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