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sábado, 23 de janeiro de 2021

Atividade turística na Coroa do Avião, em Igarassu, será administrada pela iniciativa privada

                                   Foto: Arnaldo Carvalho

O Turismo na coroa do avião, uma das atrações do litoral norte de pernambuco, vai ganhar um plano de utilização sustentável que deverá ser gerido por uma empresa privada. é o que prever o acordo entre a Secretaria de Coordenação e Ordenança do Patrimônio da União (SPU), ligada ao Ministério da Economia, e a Prefeitura de Igarassu, cidade a 30 km do Recife. No final do ano passado, a SPU concedeu o arrendamento da ilha pelo prazo de 20 anos a prefeitura. O local pertence a União, mas está territorialmente ligado à Igarassu por ser uma extensão da Praia do Capitão, localizada naquele município.

O novo modelo vai transformar a atividade turística do lugar e já cria expectativa de quem vive do turismo na região. Saem as estruturas de bares atuais, entram pontos de vendas padronizados. Até os passeios da ilha serão disciplinados. Segundo informações da SPU, o plano prevê a exploração de sete mil metros quadrados, onde serão realizados os investimentos para atividades turísticas."O projeto de intervenção formulado pela Prefeitura local pretende instalar, em até três anos, quiosques destinados a venda de produtos do artesanato local, além do comercio de alimentos e bebidas. O projeto prevê construções exclusivamente em madeiras e desmontáveis, que poderão ser deslocadas, de acordo com as transformações naturais do meio ambiente da ilha. Portanto, não haverá construções fixas em alvenaria,"., informou a SPU.

CUSTOS

Segundo ainda a SPU, o contratos de cessão firmado entre a União e a Prefeitura de Igarassu,(ainda na gestão do prefeito anterior Mario Ricardo-PTB), faz parte de um Programa do Governo Federal que pretender arrecadar até 2022, R$ 110 bilhões com alienação, cessão, concessão, racionalização e venda de imoveis da União. Por isso do arrendamento da Coroa do Avião, é do tipo concessão onerosa, e vai custar a Prefeitura de Igarassu o valor de 60 mil anuais, com correção monetária pelo IPCA a cada doze meses. O prazo de carência é de três anos, contados a partir da assinatura do contrato em dezembro do ano passado.

O Secretário de Projetos Especiais de Igarassu, Rodrigo Uchikawa, diz que a concessão põe fim a uma antiga discussão. "Muita gente achava que a ilhota pertencia a Itamaracá, ou até mesmo a Paulista, e o resultado é que sobravam responsabilidades tanto administrativa quanto ambiental, era uma terra de ninguém. Mas no final das contas, era Igarassu o responsável". O secretário aposta no potencial do lugar e acredita que o novo modelo vai dar mais ordenação e agregar valor ao turismo praticado na ilha. "Quando se fala em praia em Pernambuco, quase sempre a referencia é o litoral sul, Porto de Galinhas. Mas o litoral norte é muito bonito, a gente tem Igarassu, Itapissuma, Itamaracá e Maria Farinha, em Paulista...atrativos não faltam. Se a gente conseguir desenvolver um turismo bem organizado, Pernambuco terá um plus com isso", acredita Rodrigo. A questão ambiental também será contemplada. "Haverá um regramento, com padronização e limitação das atividades. Parte da ilha será enquadrada como área de visitação acompanhada, para garantir a preservação, já que o local é ponto de visitação de aves migratórias, explicou Rodrigo Uchikawa.

LICITAÇÃO

Sobre o processo de licitação que vai escolher a empresa que vai gerar as atividades na ilha, o secretario afirma que estão estudando todas as possibilidades legais. "Estamos montado reuniões com empresários locais, representantes dos comerciantes da ilha, além de órgãos públicos como a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e o Ministério Público Federal. A gente espera que até esse primeiro semestre esteja definido como será a estrutura dessa licitação para, talvez no segundo semestre, já essa licitação", espera Rodrigo.

A comerciante Marluce Souza, mais conhecido como Dona Lu, que há mais de 30 anos mantém um bar na Coroa do Avião está esperançosa em relação ao novo modelo. "Hoje temos oito bares funcionando na ilha. Sofremos com vandalismo e falta de estrutura. Não temos água encanada, por exemplo. Temos que transporta água até a ilha para lavar louças. Mas se o turista quiser tomar um banho de água doce, não tem como", diz Dona Lu, que está no final do mandato à frente da associação dos comerciantes da ilha.

Os comerciantes da Coroa do Avião não pagam qualquer tributo ou taxa a prefeitura, ou a União, pelo uso do local. Com a entrada da iniciativa privada essa realidade vai mudar. "Trata-se de uma concessão onerosa dos sete mil metros quadrados que poderão ser explorados. Claro que o município terá que der remunerado. Ainda estamos definindo valores e se caberá a concessionaria ou aos comerciantes o pagamento de tributos e taxas. A principio seria a concessionaria responsável , mas preferimos ver todas as responsabilidades".

REQUALIFICAÇÃO

Dona Lu aformou que os comerciantes estão cientes dos custos que passarão a ter. "Nos vimos o projeto. Eu achei ótimo. Sabemos que tirar aquela estrutura que está lá para fazer outra mais moderna, com água, com energia solar, vai ter um preço. Nossa preocupação é que esse preço seja acessível para os comerciantes", afirmou Dona Lu.

A empresário Juliana Brito, do Catamaran Tours, que realiza passeios de barco na região desde 1988, diz que o projeto da Coroa do Avião é importante porque, em todo mundo, o turismo de valor, é o turismo organizado. "Se o projeto levar estrutura e conforto ao turista, como água, energia, saneamento, ambientes seguros e higienizados, que é isso que o turista pede atualmente, claro que haverá um ganho para todo mundo. Mais turistas visitarão a região, mais turistas de maior poder aquisitivo, o que compensaria e elevação dos custos, mas, claro, tudo isso tem que ser bem planejado", afirmou a empresária.

Fonte: Jornal do Comercio.

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