Vez ou outra, surge um debate entre tutores de pets sobre qual a frequência ideal de banhos para os cachorros. Há quem aposte que uma vez por semana é a melhor opção. Outros preferem um intervalo de 15 dias. E tem quem defenda que quanto menos banho, melhor.
A realidade é que não existe uma fórmula exata para isso. A necessidade do banho, na verdade, vai depender das características de cada cão, do ambiente onde ele vive e ainda dos hábitos e preferências da família humana.
Pets que costumam ir à rua constantemente, que frequentam espaços de recreação, praias, parques, ou que vivem em áreas externas como quintal e jardins, por exemplo, tendem a acumular mais resíduos nas patas e na pelagem do aqueles criados em ambientes internos.
Mas, mesmo mais “expostos” à sujeira, esses cães não necessariamente precisam ir para debaixo d’água mais frequentemente. A higienização pode ser mantida com banhos a seco e produtos específicos para limpeza.
Cada caso é um caso
Antes de determinar o intervalo de tempo em que seu pet vai tomar banho, é fundamental conhecer a saúde dele. Isso porque o banho baixa a imunidade dos cães e, portanto, alguns peludos devem ser menos banhados.
“De uma forma geral, o banho é uma condição que estressa o animal, por ser um hábito introduzido por nós. E esse estresse baixa a imunidade. Então, para um animal debilitado é um desgaste desnecessário”, explica a médica veterinária Camilly Gonçalves, da clínica Pet Vida.
Outro detalhe é que banhar um cão em demasia sem que haja indicação médica pode remover a camada de gordura que protege a derme e deixar o animal mais exposto a fungos e alergias dermatológicas.
Essa camada de pele também concentra bactérias que ajudam no bom funcionamento do sistema imunológico e, se removidas, o organismo do animal pode ficar mais vulnerável a doenças. Sem contar no risco de desenvolvimento de otites, em decorrência da manipulação constante em uma região de extrema sensibilidade.
Em contrapartida, há dermatites que exigem banhos mais frequentes. Alguns tratamentos pedem que os caninos sejam banhados até duas vezes por semana, com produtos específicos para cada caso e acompanhamento médico regular.
"Um animal com a pele íntegra pode fazer banhos mensais ou até com intervalo maiores a depender da raça e tipo de pelagem. Animais com pelagem longa demandam intervalos menores, pois precisam de fato de lavagem e escovação. A saúde dos pelos vai interferir diretamente na saúde da pele e vice versa”, diz Camilly.
Pelagem
Os cães de pelo curto, como a maioria dos sem raça definida (SRD), os beagles, entre outros, podem fazer intervalos maiores entre os banhos. Já os mais peludos se dividem em grupos.
"Animal com pelo mais crespo, com disposição mais densa, como chow chow e spitz alemão, podem ter um intervalo maior. Já os que têm pelos mais longos (tipo cabelo) devem fazer intervalos de, no máximo, 15 dias, pois podem desenvolver oleosidade e nós. E os embaraços e nós nos pelos podem causar vários problemas, a exemplo de seborreia seca e ferimentos”, pontua a médica veterinária. Algumas raças que se encaixam nesse segundo grupo são maltês, shih-tzu e lhasa aspo.
Sem resíduos
Se você é um daqueles que preferem fazer a higiene do pet em casa, é bom estar atento aos produtos adequados para o perfil do dele, bem como enxaguá-lo corretamente para não deixar resíduos na pele. É importante, também, se certificar de que o animal secou completamente, para evitar fungos provenientes da umidade.
Para além do banho
Água e sabão não são as únicas opções para manter a higiene dos peludos em dia. A escovação diária contribui para a remoção de sujeiras e células mortas. Ajuda ainda a diminuir a quantidade de pelos espalhados, uma vez que essa pelagem morta sairá na escova ao invés de ficar solta pela casa. Tem ainda os lencinhos umedecidos veterinários, aliados para a higienização das patas e de partes íntimas.
Os tutores que optam por intervalos maiores entre os banhos devem ficar atentos ainda ao tempo de cortar as unhas e aparar os pelos acumulados nas patas. Embora pouco observados, esses pelinhos, além de acumular sujeira, acabam fazendo com que o animal escorregue mais, sobretudo em pisos lisos, aumentando o risco de lesões articulares e na coluna.
Fonte: Folha de Pernambuco
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