IGARASSU É NOTÍCIAS

Informativo semanal de noticias

terça-feira, 30 de março de 2021

Pandemia agrava crise e ruas são tomadas por apelos por comida e emprego; veja como ajudar

As ruas, avenidas e cruzamentos movimentados passaram a abrigar desempregados, que pedem ajuda a motoristas e pedestres - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) agravou o desemprego em Pernambuco e, por conta da crise econômica, o número de pedintes e moradores de rua cresceu, no Recife. Atualmente, pedaços de papelão se transformam instrumentos para pedir pelo básico, e cruzamentos se tornam locais de súplica e socorro.

Com o agravamento da crise, os pontos movimentados das grandes vias se tornaram ainda mais disputados por moradores de rua ou simplesmente desempregados. Em um cruzamento do bairro de Santo Amaro, por exemplo, não é pedido muito. Em um registro feito pela equipe de reportagem, um homem segura um cartaz e pede apenas centavos para acabar com a fome.

Dados

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de março a dezembro do ano passado, foram fechadas 374 mil vagas de trabalho, no Estado. Em 2020, o número de pernambucanos sem emprego chegou a 640 mil. Sem ter renda, alguns não conseguiram sustentar a casa e foram morar nas ruas.

Em alguns pontos, como o Viaduto da Caxangá, existem várias dessas histórias. Uma das é a do ex-serralheiro, Erivaldo Bernadino, que fez do ponto a sua casa e o seu local de trabalho, agora para pedir.

Gritos silenciosos

Enquanto isso, os cruzamentos continuam sendo palco de gritos silenciosos. Quem passou a viver nas ruas conta apenas com a proteção divina.

Ajuda

Diante de tantas pessoas com fome, um ano atrás, no penúltimo dia de março, a empresária Maria Eduarda Fernandes, de 46 anos, decidiu arregaçar as mangas e começou, sozinha, fazendo 20 marmitas por dia, em sua casa, para distribuir perto pela área, em Boa Viagem.

Vendo a atitude dela, alguns vizinhos decidiram ajudar. A ação cresceu, e hoje são 22 voluntários. O projeto Vizinhos Solidários já atendeu, em 12 meses, mais de 20 comunidades, distribuiu mais de 70 mil marmitas e 10 mil cestas básicas, em 72 pontos de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Além de alimentos, o grupo precisa de doações de sabonete, máscaras e água mineral.

O Armazém do Campo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também vai intensificar as saídas do projeto Marmita Solidária para atender um maior contingente de pessoas nas ruas. 

Onde doar

Cúria Metropolitana (Av. Rui Barbosa, 409, Graças, Recife), todos os dias, de domingo a domingo, das 7h às 17h

Armazém do Campo (Rua Imperador Dom Pedro II, 387, Santo Antônio)Para doações em dinheiro: Associação da Juventude Camponesa Nordestina - Terra Livre - Banco do Brasil - Agência 0697-1 CC 58892-X (outros bancos, substituir o X por 0)PX: 09.423.270.0001.80

Lojas do Big Bompreço (Caxangá, Casa Forte, Avenida Recife, Boa Viagem; Bompreço Domingos Ferreira, Arruda, Aflitos, Benfica, Casa Amarela, Espinheiro)

Locais onde está havendo vacinação contra a covid-19 no Recife e que são pontos de arrecadação de donativos:

Aflitos

Centro do Recife

Boa Viagem

Espinheiro

O que doar?

Alimentos não perecíveis (avulsos ou em cestas básicas)

Produtos de limpeza

Produtos de higiene pessoal

Água mineral

Álcool a 70°

Auxílio emergencial

Mesmo com a confirmação de mais quatro parcelas do auxílio emergencial, com valores entre R$ 150 e R$ 375, a supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Jaqueline Natal, diz que a medida é insuficiente para suprir as necessidades de uma família. "Quando a gente compara, por exemplo, com a cesta básica, que é uma referência mínima de alimentação, e a gente olha para Recife é, o valor em média do auxílio que seria R$ 250, a média, de 350 a 150, ele compra apenas metade de uma cesta básica", diz.

A socióloga e advogada, Maria Eduarda Melo, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), chama a atenção para o fato de que a situação é ainda pior para as mulheres chefes de família. "Foram as que mais sofreram com o desemprego, e, mesmo com agora voltando a novembro, voltando um pouco, se recuperando, as empresas, mesmo assim as pessoas que foram mais realocadas, na verdade, foram o sexo masculino", destaca. 

Fonte: TV Jornal

Nenhum comentário:

Postar um comentário