Desde 2021, o País voltou ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas - FOTO: DAY SANTOS/JC IMAGEM
Levantamentos realizados pela Conab e pelo IBGE apontam que o Brasil deve colher, mais uma vez, safra recorde neste ano. A Conab estima 271,2 milhões de toneladas. O IBGE faz a conta de 261,7 milhões de toneladas. Nos dois casos teremos a maior colheita da série histórica de produção de grãos.
O caso do milho é extraordinário. Com recuperação na produção, estimamos 113,2 milhões de toneladas. O Brasil que tem produtividade de classe mundial, planta e colhe em 73 milhões de hectares. Isso é muito bom e já fez a agropecuária exportar US$ 14 bilhões. Mas a cada safra uma questão perturbadora fica mais presente: Estamos comendo melhor com essa produção?
Nos últimos anos a perda de renda foi de uma magnitude tão grande, e chegou a tantas famílias, que o país foi se "acostumando" em comprar menos comida, comer menos proteína e substituir refeições. Voltamos ao Mapa da Fome. Não faz sentido ser eficiente, produtivo, competitivo nas exportações se, internamente, esse País não avançou em sua alimentação. Todas as nações que se tornaram potências agrícolas melhoraram os niveis de proteína de sua população. Não podemos relativizar a questão da fome. Que tipo de potência agrícola queremos ser. Faz sentido exportar comida estando com fome no nosso mercado interno?
Fonte: Jornal do Comercio
Nenhum comentário:
Postar um comentário