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quinta-feira, 28 de abril de 2022

Brasileiros recorrem à energia solar para escapar dos aumentos na conta de luz


A conta de luz teve aumentos recentes autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em oito estados do Brasil: Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os reajustes preocupam os consumidores e muitos deles passaram a recorrer a outras fontes de energia, como a solar, para conseguir economizar .


Em Pernambuco, o aumento foi de 18,97% para consumidores de baixa tensão. A conta de luz também ficou mais cara em outros sete estados do Brasil: Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em todos eles, o reajuste ficou entre 18% e 25%.


O aumento da despesa com a luz contribuiu para o crescimento, no país, da busca por outras fontes de energia.


"O principal fator que faz os consumidores procurarem, cada vez mais, a energia solar é porque hoje é mais barato gerar a energia a partir do sol do que comprar essa energia de terceiros. Então, é economia no bolso, direto para os consumidores", declarou o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.

No caso da energia solar, a produção quase dobrou de 2020 para 2021 no Brasil, onde há 161 usinas solares de grande porte em funcionamento e 99 em construção.


O setor no país gerou 15 gigawatts e quer aumentar a produção investindo R$ 50 bilhões de e gerando 300 mil empregos, segundo a Absolar.


“Mesmo nos anos de pandemia no Brasil, o setor solar bateu recorde atrás de recorde. De 2020 para 2021, o crescimento foi de 8 mil megawatts pra 13,5 mil megawatts. Foi o melhor ano da história do Brasil em energia solar. Neste ano, a expectativa é que a gente bata um novo recorde e 2022 se torne o melhor ano da energia solar no Brasil com o crescimento ainda mais forte”, disse Rodrigo.


Apesar de as grandes usinas solares impressionarem pelo tamanho e pela tecnologia, são os pequenos sistemas de geração própria que aceleram a produção de energia solar no Brasil. As placas solares são capazes de produzir energia dos dois lados: com a incidência direta dos raios solares no lado de cima, e o reflexo da luz no lado de baixo.


Nos telhados das casas, nos terrenos menores, na cidade ou no campo, são cerca de 860 mil brasileiros gerando a energia que consomem. É o caso, por exemplo, do sítio da agricultora Maria Francisca de Lima, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.


As quatro placas no telhado da casa mudaram a vida da agricultora, que mora nesse sítio há 56 anos. Até dezembro de 2021, ela não tinha energia elétrica. A residência dela passou a ter energia solar após a doação de um grupo de amigos e custou cerca de R$ 12 mil.


“Era só candeeiro e vela. Era ruim porque eu não tinha geladeira, não tinha nada. Melhorou muito, graças a Deus”, disse Maria Francisca de Lima.


Quem também comemora que está conseguindo economizar com a conta de luz é o empresário Mário Carlini. Dono de uma padaria e de uma lanchonete, ele investiu R$ 40 mil em energia solar, valor a ser pago em 30 meses.


Segundo o empresário, a economia obtida na conta de luz após a instalação de 28 placas solares no telhado do estabelecimento tem garantido o pagamento das prestações. “Acredito que [a redução na conta de energia] vai bater 60% com as nossas placas agora. Eu queria ter feito isso há alguns anos atrás”, afirmou Mário.

Fonte: G1 PE

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