O último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado neste mês, mostrou que até março nenhuma criança ou adolescente havia morrido em decorrência da vacinação contra Covid-19. A pasta produz análises periódicas sobre o coronavírus no país, incluindo a vacinação e seus desdobramentos.
A vacinação de crianças e adolescentes foi permeada pela resistência do governo. Inicialmente, o Ministério da Saúde chegou a suspender a indicação de vacinação para adolescentes sem comorbidade após notificação de um evento adverso grave, que não teve relação comprovada com a vacina.
Após a autorização do imunizante para crianças, o presidente Jair Bolsonaro ameaçou divulgar o nome de técnicos e diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que atuaram na aprovação. A postura gerou atritos com o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
De acordo com o boletim do ministério, até o momento, houve registro de 3.463 eventos adversos pós-vacinação na faixa etária de 5 a 18 anos. Desses, apenas 419 foram classificados como graves, o que representa 12,1% dos casos. As secretarias de saúde notificaram 38 óbitos com possível relação com a vacina, mas o boletim do ministério afirma que a causalidade não foi comprovada.
"Até o momento, não há registro de EAPV (evento adverso pós-vacinação) com desfecho óbito na faixa etária de cinco a menores de 18 anos com relação causal com as vacinas utilizadas confirmada", diz o documento, que traz análises até o dia 16 de março.
Dos óbitos notificados pelas secretarias, após investigação, 23 foram considerados "eventos coincidentes ou inconsistentes" ; em outros 13 foi verificada ausência de dados; em relação aos dois últimos a pasta afirmou que os dados eram conflitantes para determinar a vacina como causa. A pasta cita a ocorrência de uma morte por miocardite após vacina da Pfizer, mas cujo tempo de ocorrência do óbito, segundo pesquisas científicas, não demonstra relação com o imunizante. Do total de mortes notificadas, 36 pessoas receberam a vacina da Pfizer e duas a CoronaVac.
Fonte: Folha de Pernambuco
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