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sexta-feira, 13 de maio de 2022

Com refinarias privatizadas, gasolina custaria 19% a mais; e diesel, 12%


 

O Observatório Social da Petrobras (OSP) aponta que, se as refinarias que fazem parte do plano de desestatização da Petrobras já tivessem sido privatizadas, estariam vendendo a gasolina por um preço, em média, 19% mais caro do que o cobrado hoje sob gestão da estatal. Já o diesel S-10 custaria 12% acima do valor atual.


A estimativa é baseada nos valores cobrados pela Acelen — Refinaria de Mataripe (antiga Rlam), na Bahia, antes e depois de sua privatização, em dezembro de 2021. A projeção mostra que a média da diferença do preço da gasolina e do diesel ao longo deste ano, entre janeiro e maio, seria de 7% e 12%, respectivamente. E revela ainda que a Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus (AM), se já fosse privada, cobraria R$ 0,65 a mais pela gasolina e R$ 0,86 mais caro pelo diesel.


Os dados mostram que, segundo a estimativa, a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), teria a maior alta entre as refinarias privatizadas, passando a cobrar R$ 4,86 pela gasolina, em vez dos atuais R$ 3,94; e R$ 6,25 pelo diesel, no lugar dos R$ 5,04 de hoje — um aumento de R$ 0,92 e R$ 1,22, respectivamente.


O menor valor da gasolina seria encontrado na Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), em Guamaré (RN), com o litro negociado a R$ 4,37, ou seja, R$ 0,61 a mais do que o preço atual. Já a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca (PE), teria o menor aumento no diesel por efeito da privatização dentre as refinarias, subindo R$ 0,80 no preço — de R$ 4,80 para R$ 5,60.


O economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), afirmou que, para chegar a esses números, leva-se em conta o comportamento passado — antes da privatização — dos preços cobrados pelas refinarias em relação à Rlam. "E colocamos todos os valores em função do que é efetivamente cobrado pela Acelen, gestora da Refinaria de Mataripe, desde 1º de janeiro de 2022", afirmou.


Segundo Dantas, a simulação teve como premissa que as empresas compradoras das refinarias se comportam tal como a Acelen na definição de preços. "Essa simulação mostra que o efeito imediato da privatização da Petrobras é a subida geral de preços e não a diminuição, como o atual ministro de Minas e Energia [Adolfo Sachsida] quer fazer crer com sua declaração", concluiu o economista.

Fonte: Diário de Pernambuco

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